O acervo, sob a guarda do Instituto, é composto por itens que dizem respeito à produção artística de Meyer Filho. Formado por pinturas e desenhos, além de fotografias, correspondências, manuscritos, jornais, entre outros – em sua maioria, reunidos em vida pelo próprio artista – o acervo registra a trajetória de Ernesto Meyer Filho, bem como oferece um panorama da arte moderna em Santa Catarina entre as décadas de 1940 e 1980, com destaque para a criação do GAPF (Grupo de Artistas Plásticos de Florianópolis).
Meyer denominou o conjunto em questão como “Arquivos Implacáveis” e impôs um modo próprio e singular de ordenamento. O seu processo de organização envolveu a guarda de exemplares de obras de suas diversas fases criativas, jornais em páginas ou recortes, convites e catálogos, criando ao longo de décadas de manuseio arranjos ainda não completamente compreendidos, mas que se conectam através de numerações, anotações e desenhos, com destaque para as diversas fotocópias guardadas de um mesmo documento. Preservados no Instituto Meyer Filho, os “Arquivos Implacáveis” crescem com a adição de novos documentos reunidos postumamente por seus familiares.
Atualmente, o acervo encontra-se disponível para pesquisa através do Tainacan, um software de gestão de acervos online desenvolvido pelo Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM). Com o trabalho de uma equipe formada por museóloga, historiadora, arquivista e uma estagiária em Arquivologia iniciou-se a documentação do conjunto em julho de 2022, que seguirá com a organização, higienização e acondicionamento de cerca de 3.000 itens.
Para a gestão do acervo foram criadas oito coleções que agrupam os objetos tematicamente para facilitar em sua identificação, são elas:
- Fotográfica: fotografias, diapositivos, negativos, álbuns, vídeos, slides e fotolitos;
- Artes plásticas: pinturas, desenhos, esboços, ferramentas artísticas, cartazes, estudos, convites, catálogos e produções artísticas em geral;
- Periódicos: jornais, revistas, boletins e clipagens;
- Manuscritos: cartas, ofícios, textos autorais, crônicas e croniquetas;
- Biblioteca: livros;
- Miscelânea: objetos pessoais variados, selos e outros;
- Documentos pessoais: carteira de identidade, certidões, diplomas e outros itens reunidos enquanto funcionário do Banco do Brasil;
- Arquivo Instituto: documentos que foram reunidos postumamente por familiares, amigos e outros.
No processo de documentação das coleções utilizou-se critérios de organização que respeitassem a especificidade do acervo e, principalmente, o modo de arranjo do artista. Para tanto, foi criada uma ficha de catalogação geral para os conjuntos, que receberam tratamentos específicos de acordo com a sua tipologia.
A produção artística de Meyer, como os quadros, desenhos em papel e outros, recebeu um número único e foi catalogada em sua unicidade. Já os periódicos, fotografias, documentos pessoais, por sua extensão, receberam um número por conjunto respeitando a titulação de cada periódico e critérios como ano, no caso dos jornais; quantidade de exemplares, como no caso dos convites e catálogos, já que o artista costumava guardar diversos exemplares de um mesmo documento. Em relação às fotografias, elas foram selecionadas e reunidas por temática geral, como exposição, retratos do artista, retratos em família etc. Importante parte do trabalho de catalogação foi a definição de palavras-chave que facilitarão a busca por esses itens.
Os jornais receberam ainda uma outra categorização. Meyer costumava guardar diversos recortes e páginas de jornal das publicações nas quais o seu trabalho era citado – como entrevistas, matérias, críticas ou divulgação de suas exposições -, e em boa parte deles, escrevia comentários, enumerava ou destacava partes importantes. Assim, o conjunto em que constavam esse tipo de registro foi classificado como “jornais com grifos” e recebeu uma diferenciação em sua titulação.
Busca-se com a publicização do acervo via Tainacan possibilitar ao público do Instituto experienciar o mundo do artista, como também acessar uma importante coleção sobre a arte em Santa Catarina, já que o artista guardou uma vasta quantidade de jornais, catálogos e convites das exposições que participou ao lado de artistas catarinenses. O glossário da ficha de catalogação do acervo está disponível e ajudará a navegação do visitante virtual ao acervo.
Para conhecer o acervo, clique aqui
Para solicitar o uso de algum material do acervo preencha o formulário abaixo:
- Deverão ser utilizadas somente para as finalidades indicadas pelo solicitante.
- No caso de solicitações que possuam fins comerciais, deverá ser realizado um contrato específico com o Instituto Meyer Filho.
- Deverão estar obrigatoriamente acompanhadas de créditos dispostos da seguinte forma:
Fonte: Acervo Família Meyer Filho.
- A/O solicitante compromete-se a encaminhar ao Instituto, em caso de produções gráficas ou outras, exemplar, versão digital ou link de acesso ao conteúdo em que constarem as imagens.